"O mundo gira, a vida muda, a fila anda..." Deise Batista

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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Lêdo Ivo e a leveza de uma alma carregada de ternura.


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A Dádiva

Não me dês sua mão. Desejo estar sozinho
longe de tua sombra e de teu carinho
no momento final da travessia
quando o sol se apagou e noite é fria
e o barulho do dia se calou.
Seja manhã ou tarde,não me estendas
o calor e o amor de tua mão.
Repilo o sobressalto, a dor e a lágrima.
Minha verdade está na treva espessa.
É uma dádiva da escuridão.

Lêdo Ivo...Livro "MOrmaço"

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Gelado


"Queria um dia bem frio
Meu corpo no leito de um rio
Acima, só nuvens de chumbo.

Queria a alma bem quente
Tirando de mim, de repente,
Um sorriso fujão, vagabundo.

Se o sol clareia os espaços
Tolda minh'alma, aos pedaços
Eu a esconder-me de mim

Queria um dia gelado, 
De horizonte prateado
Pra combinar com meu fim."

Deise Batista

sábado, 2 de março de 2013

Nunca me senti tão perto da morte.

Deise Batista

De repente, o início de uma dor que me tomava o corpo inteiro.
Recém saída de uma cirurgia e, ainda fraca, me preocupei.
Tomei remédios, apelei para injeções, aplicadas por Igor, o primeiro anjo que Deus colocou a meu lado nesta batalha.
As dores aumentaram, tomaram meu abdome já sofrido e, logo, meu corpo caiu.
Náuseas, dores insuportáveis, tive medo.
Elida o segundo anjo e minha irmã, tomou a decisão que eu não tomaria: "Vamos para a UPA".
Sem dominar as funções do meu corpo, desci, amparada pelo terceiro anjo: meu filho, Filipe.
O quarto anjo chegou de carro, Pr. Carlos Eduardo, levando a mim e minha irmã
ao atendimento de emergência.
Dentro de mim, a pergunta: "Senhor, o que é que eu tenho?" e o medo.
Em cadeira de rodas, fui levada à enfermaria da UPA de Inoã
Onde outros anjos, um deles, de nome Andréa (Téc. de Enfermagem), 
cuidaram de mim com amor e muita competência.
Nada fazia efeito, noite a dentro, minhas forças me deixavam.
Ao telefone, o tempo todo, o quinto anjo, minha amiga Juce, em vigília 
fazia a ponte entre minha irmã e Dr. Sérgio Itajahi, o sexto anjo.
Ao mesmo tempo, o sétimo anjo, Pra. Ruth Brasil, acionava um batalhão para orar por minha vida.
Não sei dizer ao certo o que sentia e, ao chegar o oitavo anjo, Giuliana, tive um temor maior
Comecei a dizer: "Não aguento mais".
Dr. Sérgio em sobressalto, dizia à Juce: "Tira a Deise de lá e leva pro Gafreé, agora!"
Não havia ambulância para o transporte e, o nono anjo apareceu com seu amor sem limites e o carro para me levar ao Rio - era Nice Emerin, minha dinda que, se arriscou ao me levar
em extrema fraqueza, de Maricá à Tijuca, enfrentando os engarrafamentos e me acarinhando com palavras doces: "Calma filha, fica firme, a gente já vai chegar, fica aqui comigo, pensa no seu filho".
Eu, calada, respirava fundo, tentando controlar as funções do meu corpo e pedindo a Deus por socorro.
Na Tijuca, em minutos, esperei dentro do carro, por Juce, que já tinha atravessado a cidade, depois de uma noite sem dormir, para estar comigo. O décimo anjo, Sr.Ibson Brasil, falava comigo, enquanto eu aguardava: "Calma, filha, nós estamos orando por você; vai ficar tudo bem."
Completamente exaurida, vi chegarem Nice e Juce, que entraram no carro e através da janela, impondo as mãos sobre minha cabeça, minha pastora, 
clamando a Deus por providência e me abençoando.
Na entrada do hospital, Juce e Nice, me ajudavam a sair do carro e, novamente, a cadeira de rodas.
Tudo parecia longe e cheio de ecos; não sentia mais meu corpo, 
não dominava mais nada
entrei em pânico!
Direto para a enfermaria, cercada por médicos e enfermeiros, me senti indo embora.
Primeiros procedimentos, soro, medicação, preocupação
Eu só conseguia dizer: "Senhor Jesus, me ajuda."
As extremidades do meu corpo estavam roxas,
Assim como minha boca e olheiras.
"Senhor, o que é que eu tenho?!?"
Camisola do hospital, o olhar preocupado de Juce e meu pavor.
Nunca me senti tão próxima da morte.
Era um silêncio dentro de mim, uma névoa branca que ofuscava tudo
Uma caverna, de onde saíam as vozes das pessoas, que eu não ouvia bem.
A suspeita de Pancreatite apavorava a todos e
Mesmo com 40 graus, no Rio
fiquei em dieta zero, impedida de beber água; poderia ter que operar a qualquer momento.
Não tinha domínio nenhum sobre mim mesma
Só pensava em meu filho.
Um assombro estava sobre o meu coração 
Me via indo embora, sem forças, sem chance.
Outros anjos surgiram: meu irmão Wagner e minha cunhada Sheila que,
em silêncio, orava, enquanto acariciava meus pés.
Senti uma doçura vinda de Deus sobre mim
e me acalmei.
Reunidos e de mãos dadas, oramos juntos: Pra. Ruth, Juce, Wagner, Sheila e eu.
Deus, somente Deus, poderia operar em mim.
Mais uma noite inteira e, o dia seguinte, ainda sem água, ainda no zero.
Com o resultado do exame nas mãos, me veio o médico
"Gastroenterite".
Senti meu corpo inundado de gratidão a Deus
Não haveria uma segunda cirurgia, eis minha nova chance!
De alta, para me restabelecer em casa, entendi muitas coisas e, pela primeira vez olhei pra mim mesma e disse: "Obrigada, Senhor, tenho mais uma chance aqui na terra!"
O que tive, com o corpo ainda frágil pela cirurgia, foi como cair de um prédio
muito grave e muito urgente.
E, aí, festa de todos os anjos, movidos por Deus para me socorrer.
O Senhor foi levantando um após o outro e o socorro me veio
sem faltar um único detalhe.
A Bíblia diz: "Há amigo mais chegado que um irmão" e, isso é verdade.
Todos deram o melhor de si, a mais urgente ajuda, para salvar minha vida que, sem assistência
não teria como recuperar.
Tudo o que Deus fez foi perfeito
Em meio ao caos da minha saúde, pessoas que se sabiam, mas, não se conheciam
Se encontravam e somavam, correndo a corrida que eu já não podia correr.
Sou grata a Deus por mais esta chance, mais uma oportunidade de rever minha vida.
Sou grata a Ele porque, hoje, me restabelecendo na casa de meu irmão Paulo e minha cunhada Valéria,
Já consigo digitar, contar o que passei.
Deus me deu a chance de mudar minha vida, 
Me deu a vida de volta.
Esta experiência me fez mudar valores e enxergar o bem mais precioso que é a vida em si
e os tantos anjos que Deus coloca em nosso caminho, durante a nossa existência.
Até meu cachorrinho foi levado por Nice, minha dinda
para ser cuidado, enquanto estou fora.
A cada dia vejo, o quanto Deus me ama
E, hoje, entendo muitas coisas, de forma diferente.
Muito obrigada, Senhor, por permitir que eu viva mais tempo;
Obrigada pelos anjos que tenho comigo
Obrigada por meu filho, 
Obrigada por mim,
Obrigada por tudo!





quarta-feira, 25 de abril de 2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Viadutos de gente!




Pés embaralhados pelas ruas

Pessoas que se esbarram e não se vêem.

Dezenas, centenas, milhares
Todo santo dia!
Não vejo um décimo das pessoas pelas quais passo
Com as quais, às vezes, apenas troco olhares.
Não são mais os mesmos dias dos cumprimentos nas calçadas
Da vida sem pressa, da vida com graça.
A frase que mais me chamou a atenção nos últimos dias
Mudou o ritmo humano dos andares
Nos dias de hoje, dias urgentes
Não há mais passarelas
Há viadutos de gente!