"O mundo gira, a vida muda, a fila anda..." Deise Batista

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Camille Claudel

Amor da perdição

     A artista, nascida em 1864, é mais conhecida por sua vida atribulada que por seu trabalho. Aos 19 anos, conhece Auguste Rodin, 24 anos mais velho que ela, escultor já consagrado, que se torna seu mestre e amante.

     Um amor ardente e secreto se prolongará por dez anos, muito embora Rodin nunca abandonará sua primeira amante, Rose Beuret, com a qual finalmente se casará em 1917.

     Camille vive certa efêmera fama, graças ao apoio de Rodin, expondo em salões e participando de tertúlias em casa de Mallarmé e de Jules Renard, admiradores de seu trabalho.

     Quando Rodin retorna em definitivo e totalmente ao seu antigo amor, começa a tragédia de Camille, que se fecha em seu estúdio e se entrega a uma solidão obsessiva, caracterizada pela pobreza e pela ruína física e mental. Só sai às noites.





A dor do abandono

     Sua vida está relacionada à de Rodin até 1898, ano em que se separaram. A partir de 1906, arremete contra sua obra, destruindo grande parte de sua produção, numa espécie de exorcismo, como uma forma de livrar-se daquilo que ainda a vinculava ao homem amado e com a obsessiva dor do abandono, gravado em uma de suas esculturas.

   Rodin tenta ve-la, mas é rechaçado, transformando-se num inimigo perseguidor, dentro do delírio paranóico de Camille.

     Em 10 de março de 1913, por ordem de sua mãe e de seu irmão, ela é internada em um asilo de loucos em Ville-Evrard e, um ano depois, transferida para o hospital psiquiátrico de Montdevergues, que lhe dará abrigo até sua morte, trinta anos depois.
Por: Victor Sosa

"Em minha leiga opinião, as obras de Camille Claudel são mais belas, mais suaves e geniais do que a do próprio mestre Rodin. Sem dúvida, Camille era venal e drenou em suas obras amor e dor, desespero e ódio; até perder-se em si mesma para sempre." Deise Batista

Madeleine Colaço

Tapeçaria de Madeleine Colaço


Madeleine Colaço, francesa, naturalizada brasileira, nascida em Tanger em 1907, de pais franco-americanos, casou-se em 1928 com o escritor e jornalista português Thomaz Ribeiro Colaço. Em 1940 o casal transferiu-se para o Brasil, fugindo da ditadura de Salazar.

Estudou a arte da tapeçaria no Marrocos, na França, na Inglaterra e em Portugal criando um ponto bordado batizado por Marie Cutolie de Ponto Brasileiro, registrado no “Centre Internacional de la Tapisserie”, na Suíça.

Os "sambas" bordados de Madeleine Colaço, utilizando uma frase que ela mesma inventou, são dominados pelos ritmos pulsantes alcançados através de uma justaposição de cor e texturas sutis. Ela consegue este efeito em parte com a mistura de fios de diversos materiais: lã, seda, algodão e fios metálicos e também com uma mistura de pontos: o Ponto Brasileiro (criado por ela) o "point coulée" (ponto usado na célebre tapeçaria da Reine Matilde no séc. XI) e arraiolos. O seu bisavó Antoine Bonnet desenhava os brocados de seda fabricados em Lyon no século passado.

Em, 1963, pela primeira vez, expôs suas tapeçarias bordadas no Rio de Janeiro e, desde então, realizou inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos e principalmente na Europa.

Madeleine Colaço faleceu no Rio de Janeiro em 2001 aos 94 anos de idade.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Casa de Fazenda



Árvores por todos os lados
Na subida, pedras.
O ar é outro, sutil, leve, puro!
O teto alto e as madeiras emolduram arte
Pra onde olho, relíquias, lembranças, memória.
Pelas frestas das janelas raios de sol e som de pássaros
Pela janela da frente, água, ininterrupta.
A noite cai depressa e o som de centenas de grilos 
apresenta a chegada da lua
Quantas estrelas!
Cheiro doce das flores noturnas
Frio gostoso do respirar das plantas, do desvio das montanhas.
Parece que ali, o mundo passa mais lento
Tal é paz que se respira dentro.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dependência

Rio, essa cidade-insônia!
O movimento madrugada a dentro
Luzes beirando a Lagoa.
Cidade cortante que atravessa minha carne
Rio, meu vício, meu hospício!
Noites que me alimentam
Cheias de barulhos e presenças.
Cidade feita de versos
Calçadas feitas de lua.
Rio dos mares, das areias
Rio dos olhares, do Arpoador!
Essa maresia no ar da madrugada
Enclausurando os desejos
Trazendo imagens.
A brisa quente que embala os amores...
Sinto saudades, cidade; dos bares da Barra,
Da varanda na Lagoa, dos braços do Cristo, dos aplausos!
Há um buraco em meu peito, faltam um piano e um palco.
Te vejo em breve meu Rio,
Com um sorriso nos lábios e um desejo enorme
De me perder em teus braços!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Florbela Espanca

"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"

Poeta Portuguesa - Sublime!

Pablo Neruda

                                           


A DANÇA



Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo directamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Paulo Leminski



"Tarde de vento
até as árvores
querem vir para dentro"

Oswaldo Montenegro - A Lista

Fernando Pessoa

                                                


AUTOPSICOGRAFIA


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Jorge Monteiro - Afro Luso Brasileiro



TRAJETÓRIA !....

                 "O Mar é grande...a Terra 
                     é imensa... mas só as 
                      montanhas ...não se
                               encontram !"
                         ...........................

                             "Quebrem-se grades


                           Rasguem-se redes


    Queimem-se preconceitos e tabus

                            Deixa ela voar...

          Aqui...o espaço é curto, restrito

                     ...Com uma condição...

                     eu quero-a de volta !.."


Belíssima interpretação de Marília Pêra, sob letra e música de Roberto Carlos

Dulce Pontes - Canção do Mar




Belíssimo! Mercedes Sosa: "Honrar La Vida"

Brasis...poesia e realidade, na voz de Seu Jorge.

domingo, 10 de outubro de 2010

Olhos

Sou um ser de asas
Buscando o contra-vento
Para lançar-me em vôo livre
A céu aberto.
Risco o azul todos os dias
Olhos fechados
E vento!
Olhos de águas infindas
Olhos que, fechados, voam
E abertos
Caem no abismo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Como matar um amor

Há um tempo atrás, acreditava que amor verdadeiro não morria. Com o tempo, descobri que há coisas que, quando cometidas, vão esmagando, tolhindo, lancetando e sufocando o sentimento, acabando por deixá-lo absolutamente impossível de viver.

Não são desconhecidas as causas, são flagrantes e muito simples. Enfim, amor é frágil.

Um tanto de engano, em pouco de maldade, ciúmes, mentiras, desonestidade.

O amor é forte, "forte como a morte", porque vive na memória, no fundo da mente, ainda que, no coração tenha-se ido, completamente.

A pior forma de matar um amor é de ódio!

Parece contra senso mas, amor morre de ódio. Perde-se a confiança, enxerga-se a covardia, percebe-se a maldade, sente-se o egoísmo, a desonestidade, descobre-se a mentira e, esta, que nunca consegue se esconder de verdade, é letal.

Mentir para alguém que diz amar é o pior dos estratagemas e, o frágil amor, que por mais forte que pareça ser, quebra-se como vidro.

"Era vidro e se quebrou..."

Quer matar um amor? A receita mais poderosa é: minta pra quem você ama.