Era sombra.
O canto dos pássaros
nas árvores
Parecia Presságio
Algo invisível
Prestes a saltar sobre nossas gargantas.
Era sábado
Um dia estranho
Dia de carros lavados nas calçadas
Pessoas cansadas à espera da noite
Apostando seus dados
Em momentos.
Era noite
Úmida, carcomida por odores misturados
Corrompida por incautos mal intencionados
Lotada de ruídos, lágrimas e gargalhadas.
Era madrugada
Um cheiro que só madrugada tem
Ruas quase sem ninguém
O arrependimento pousando por dentro
Com suas asas de couro
E o horizonte cor-de-ouro...
O domingo
Jogando fora o ontem
Rasgando a noite como um papel molhado.
Molhado como o chão da madrugada
Que, insistentemente, quer ser minha.
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