"O mundo gira, a vida muda, a fila anda..." Deise Batista

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Reprodução



Vou trocar o celular por um violão!
Ai que triste a tecnologia sem perdão...
Tantos megabites e tão pouco carinho
Memória virtual e Alzheimer!
Quanto mais carrego meu palm de informações
Mais perco o ritmo de meus neurônios pouquíssimo acessados.
Penso que, se não nos livrarmos das memórias eletrônicas
Um dia, viraremos implantes.
Noventa por cento chips e os outros dez...perdício!
Quero tanto voltar a ser a mulher que Deus criou perfeita
Porque hoje não me lembro, no jantar, o que comi no almoço.
O pior, é que todo mundo se acostuma com isso.
Memória ruim
Se não anotar, foi-se!
Quando ainda eram os cavalos de quatro patas que motorizavam os homens
A memória era notória nos poetas que, de cor,
Declamavam Camões, Azevedo, Machado e tantos outros.
Hoje, papel, pautas, gravações, projeções e teleprompter ou dá branco!
Não sei bem se sou uma saudosa senhora de 43 anos
Que sente falta do que leu nos livros
Ou uma jovem mulher a enterrar um neurônio todos os dias.
Só carrego uma certeza
Os dez neurônios que me restam, quero tanto que, um dia
Se apaixonem, casem e produzam novos neuroniozinhos
Repovoando essa cabeça sem miolos!
E enquanto isso é só um devaneio ridículo,
Do que mesmo eu estava falando?

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