"O mundo gira, a vida muda, a fila anda..." Deise Batista

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Deus Único, singular e para sempre!

Toquei nos dedos de Deus, um dia
Senti Seu amor percorrendo minha alma, varrendo meu ser
Uma paz que jamais conhecera
Inundou minha vida de tal maneira
Que nunca mais fui a mesma.
Ainda erro, minhas falhas são visíveis
Mas meu Senhor me olha com misericórdia
Me segura em Seus braços de amor
E segreda ao meu espírito:
"Filha, eu já perdoei seus pecados
Meu filho esteve na cruz em seu lugar"
Amo a Deus de tal maneira
Que não saberia viver
Se Ele não estivesse a meu lado.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Contando estrelas


Contando estrelas puder ver a noite
Ponteada de brilho, em plena escuridão.
Sem conter minha alma
Ao som de Dulce Pontes
Apaguei as fontes de meus dois faróis
E me deixei guiar por pura emoção.
O breu da noite, na serra gelada, me brindou com 
O mais belo quadro que Alguém já pintou
E mesmo entre a montanha e o abismo
Por instante fiz-me parte do clarão.
Tão poucos segundos
Me marcaram a vida
gravando na retina
A noite mais linda que já pude ter.
O céu escuro, tudo escuro em volta
Deixava pra lua e milhares de estrelas
O dom de aparecer!
Grata pelo quadro, religuei as luzes
Para ver a estrada
E a voz embargada me deixava claro
Que aquele instante
Só uma vez na vida!
Eu poderia ver.
E você quer saber?
Eu vi!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bússola



A lua pendurada no escuro
estrelas coladas no espaço negro.
Caiu o véu cinza das nuvens
molhando tudo o que vejo.
Meu coração espera cansado
Meus olhos doem
Não quero ver além do muro.
Estou lotada de memórias
Cansada de esperar vitórias
Cheia de tantas histórias
E nada.
Este cheiro da tua pele me condena
Diz o que tanto luto pra esconder
Minhas mãos ficam tão fracas
Sem tuas costas sob as palmas
Travo a luta dos abandonados
Ando em círculos
Perco o rumo.
Estou sem chão e é definitivo
Não sei fingir que posso respirar.
Tenho todas as respostas que buscava
Mas já não quero perguntar mais nada.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Gente


Tudo é simples quando não há saudade
Quando a vaidade dá lugar ao riso.
Tudo passa quando a gente insiste
Quando não desiste de enfrentar os dias.
Tudo é calma quando a alma é livre
Liberdade custa mas é alcançável.
Tudo é um rio de possibilidades
Quando os passos não são tímidos
Quando os pés sabem onde vão.
Os meus?
Andaram léguas na direção errada
E tantas outras na certa.
E o que é erro além de escolha?
Então,
Se posso escolher
E isso é direito adquirido
Escolho gente
Porque gente erra
Mas gente também afaga.
Gente sempre vale à pena.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Pegar ou largar


Me leve pra longe
Onde eu possa dizer o que penso sem medo das interpretações.
Me leve veloz
Onde minha voz ecoe como um grito dado à beira do precipício prestes a engolir-me.
Me leve sem pressa
Pra que eu possa ver as migalhas jogadas ao vento sem necessidade.
Me leve de trem
Por onde habite a colina e os trilhos no despenhadeiro.
Me leve sem som
Pra que meus pensamentos não sejam de maneira alguma interrompidos
Me leve sem hora
Pra que os ponteiros não me façam ameaças, ainda que veladas.
Me leve à sério
Sabendo que o tempo é voraz e não perdoa.
Me leve madura
Não sei mais fingir que não entendo o que me salta aos olhos.
Me leve com possibilidade
De me deixar à sós ou dar conta de ter-me por perto.
Me leve sem medo
Não sei desenhar o que se lê no ar
E se, o medo se fizer arremedo para evitar o que lhe é proposto
Urgentemente
Me traga de volta...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Camille Claudel

Amor da perdição

     A artista, nascida em 1864, é mais conhecida por sua vida atribulada que por seu trabalho. Aos 19 anos, conhece Auguste Rodin, 24 anos mais velho que ela, escultor já consagrado, que se torna seu mestre e amante.

     Um amor ardente e secreto se prolongará por dez anos, muito embora Rodin nunca abandonará sua primeira amante, Rose Beuret, com a qual finalmente se casará em 1917.

     Camille vive certa efêmera fama, graças ao apoio de Rodin, expondo em salões e participando de tertúlias em casa de Mallarmé e de Jules Renard, admiradores de seu trabalho.

     Quando Rodin retorna em definitivo e totalmente ao seu antigo amor, começa a tragédia de Camille, que se fecha em seu estúdio e se entrega a uma solidão obsessiva, caracterizada pela pobreza e pela ruína física e mental. Só sai às noites.





A dor do abandono

     Sua vida está relacionada à de Rodin até 1898, ano em que se separaram. A partir de 1906, arremete contra sua obra, destruindo grande parte de sua produção, numa espécie de exorcismo, como uma forma de livrar-se daquilo que ainda a vinculava ao homem amado e com a obsessiva dor do abandono, gravado em uma de suas esculturas.

   Rodin tenta ve-la, mas é rechaçado, transformando-se num inimigo perseguidor, dentro do delírio paranóico de Camille.

     Em 10 de março de 1913, por ordem de sua mãe e de seu irmão, ela é internada em um asilo de loucos em Ville-Evrard e, um ano depois, transferida para o hospital psiquiátrico de Montdevergues, que lhe dará abrigo até sua morte, trinta anos depois.
Por: Victor Sosa

"Em minha leiga opinião, as obras de Camille Claudel são mais belas, mais suaves e geniais do que a do próprio mestre Rodin. Sem dúvida, Camille era venal e drenou em suas obras amor e dor, desespero e ódio; até perder-se em si mesma para sempre." Deise Batista

Madeleine Colaço

Tapeçaria de Madeleine Colaço


Madeleine Colaço, francesa, naturalizada brasileira, nascida em Tanger em 1907, de pais franco-americanos, casou-se em 1928 com o escritor e jornalista português Thomaz Ribeiro Colaço. Em 1940 o casal transferiu-se para o Brasil, fugindo da ditadura de Salazar.

Estudou a arte da tapeçaria no Marrocos, na França, na Inglaterra e em Portugal criando um ponto bordado batizado por Marie Cutolie de Ponto Brasileiro, registrado no “Centre Internacional de la Tapisserie”, na Suíça.

Os "sambas" bordados de Madeleine Colaço, utilizando uma frase que ela mesma inventou, são dominados pelos ritmos pulsantes alcançados através de uma justaposição de cor e texturas sutis. Ela consegue este efeito em parte com a mistura de fios de diversos materiais: lã, seda, algodão e fios metálicos e também com uma mistura de pontos: o Ponto Brasileiro (criado por ela) o "point coulée" (ponto usado na célebre tapeçaria da Reine Matilde no séc. XI) e arraiolos. O seu bisavó Antoine Bonnet desenhava os brocados de seda fabricados em Lyon no século passado.

Em, 1963, pela primeira vez, expôs suas tapeçarias bordadas no Rio de Janeiro e, desde então, realizou inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos e principalmente na Europa.

Madeleine Colaço faleceu no Rio de Janeiro em 2001 aos 94 anos de idade.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Casa de Fazenda



Árvores por todos os lados
Na subida, pedras.
O ar é outro, sutil, leve, puro!
O teto alto e as madeiras emolduram arte
Pra onde olho, relíquias, lembranças, memória.
Pelas frestas das janelas raios de sol e som de pássaros
Pela janela da frente, água, ininterrupta.
A noite cai depressa e o som de centenas de grilos 
apresenta a chegada da lua
Quantas estrelas!
Cheiro doce das flores noturnas
Frio gostoso do respirar das plantas, do desvio das montanhas.
Parece que ali, o mundo passa mais lento
Tal é paz que se respira dentro.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dependência

Rio, essa cidade-insônia!
O movimento madrugada a dentro
Luzes beirando a Lagoa.
Cidade cortante que atravessa minha carne
Rio, meu vício, meu hospício!
Noites que me alimentam
Cheias de barulhos e presenças.
Cidade feita de versos
Calçadas feitas de lua.
Rio dos mares, das areias
Rio dos olhares, do Arpoador!
Essa maresia no ar da madrugada
Enclausurando os desejos
Trazendo imagens.
A brisa quente que embala os amores...
Sinto saudades, cidade; dos bares da Barra,
Da varanda na Lagoa, dos braços do Cristo, dos aplausos!
Há um buraco em meu peito, faltam um piano e um palco.
Te vejo em breve meu Rio,
Com um sorriso nos lábios e um desejo enorme
De me perder em teus braços!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Florbela Espanca

"Quem me dera encontrar o verso puro, O verso altivo e forte, estranho e duro, Que dissesse a chorar isto que sinto!"

Poeta Portuguesa - Sublime!

Pablo Neruda

                                           


A DANÇA



Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo directamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Paulo Leminski



"Tarde de vento
até as árvores
querem vir para dentro"

Oswaldo Montenegro - A Lista

Fernando Pessoa

                                                


AUTOPSICOGRAFIA


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Jorge Monteiro - Afro Luso Brasileiro



TRAJETÓRIA !....

                 "O Mar é grande...a Terra 
                     é imensa... mas só as 
                      montanhas ...não se
                               encontram !"
                         ...........................

                             "Quebrem-se grades


                           Rasguem-se redes


    Queimem-se preconceitos e tabus

                            Deixa ela voar...

          Aqui...o espaço é curto, restrito

                     ...Com uma condição...

                     eu quero-a de volta !.."


Belíssima interpretação de Marília Pêra, sob letra e música de Roberto Carlos

Dulce Pontes - Canção do Mar




Belíssimo! Mercedes Sosa: "Honrar La Vida"

Brasis...poesia e realidade, na voz de Seu Jorge.

domingo, 10 de outubro de 2010

Olhos

Sou um ser de asas
Buscando o contra-vento
Para lançar-me em vôo livre
A céu aberto.
Risco o azul todos os dias
Olhos fechados
E vento!
Olhos de águas infindas
Olhos que, fechados, voam
E abertos
Caem no abismo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Como matar um amor

Há um tempo atrás, acreditava que amor verdadeiro não morria. Com o tempo, descobri que há coisas que, quando cometidas, vão esmagando, tolhindo, lancetando e sufocando o sentimento, acabando por deixá-lo absolutamente impossível de viver.

Não são desconhecidas as causas, são flagrantes e muito simples. Enfim, amor é frágil.

Um tanto de engano, em pouco de maldade, ciúmes, mentiras, desonestidade.

O amor é forte, "forte como a morte", porque vive na memória, no fundo da mente, ainda que, no coração tenha-se ido, completamente.

A pior forma de matar um amor é de ódio!

Parece contra senso mas, amor morre de ódio. Perde-se a confiança, enxerga-se a covardia, percebe-se a maldade, sente-se o egoísmo, a desonestidade, descobre-se a mentira e, esta, que nunca consegue se esconder de verdade, é letal.

Mentir para alguém que diz amar é o pior dos estratagemas e, o frágil amor, que por mais forte que pareça ser, quebra-se como vidro.

"Era vidro e se quebrou..."

Quer matar um amor? A receita mais poderosa é: minta pra quem você ama.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cheiro de Madrugada


Era sombra.

O canto dos pássaros

nas árvores
Parecia Presságio
Algo invisível
Prestes a saltar sobre nossas gargantas.
Era sábado
Um dia estranho
Dia de carros lavados nas calçadas
Pessoas cansadas à espera da noite
Apostando seus dados
Em momentos.
Era noite
Úmida, carcomida por odores misturados
Corrompida por incautos mal intencionados
Lotada de ruídos, lágrimas e gargalhadas.
Era madrugada
Um cheiro que só madrugada tem
Ruas quase sem ninguém
O arrependimento pousando por dentro
Com suas asas de couro
E o horizonte cor-de-ouro...
O domingo

Jogando fora o ontem

Rasgando a noite como um papel molhado.
Molhado como o chão da madrugada
Que, insistentemente, quer ser minha.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Impenetrável



Veja aqui
Olhe dentro
Explore
Pode exagerar.
Não sou de vidro
E se quiser me ver
Vai ter que se esforçar.
Pode ser que eu deixe
Até queira me mostrar
Mas, pode ser que não
E se eu virar porão
Nem adianta tentar.

domingo, 19 de setembro de 2010

Dias Contínuos



Assim nascem os dias
Madrugada rompida
Claridade sonolenta abrindo os olhos.
Um sol espreguiçante cobrindo o céu de luz vagarosa
E os homens indo pro trabalho.
Um sol esmorecido fecha os olhos
O brilho de uma prateada senhora
Faz acenderem milhares de luzes
Um cheiro de flores da noite inaugurada
E os homens voltando pra casa
Assim os dias morrem
E toma conta da rua a madrugada.

domingo, 12 de setembro de 2010

Quintal





Anda, poesia, canta!
Deixa-me mostrar o alento que é ter por dentro
Um rio de palavras levando-me a alma
Ao papel e à tinta que já são meu par.

O riso é tímido, olhar longínquo
Mas é paz a máquina que faz voar.
Ah! O pensamento! Não mais indomável
Leva minhas mãos ao inominável ato de criar.

Brisa quente agora
Quase oito horas
Já quase fechando a pauta, o lápis e o penal

E na mente clara
Agradeço o dom que Deus me deu de graça
De juntar as letras dentro do quintal!
































quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Todos os dias!



Amo o Deus que me deu liberdade
O Único, Real e Eterno!
Um dia, abri o coração por dentro e O convidei pra conduzir meu caminho
Pensei que nunca mais teria nenhum problema
Mas, descobri que os problemas acontecem todos os dias
E que a grande diferença é a forma como Deus me sustenta em cada um deles.
Foi minha única chance, e encerrei o dia com Deus redimindo meus pecados e me dando asas.
Parei de procurar a solução de meus problemas nas pessoas e descobri no meu Senhor
Meu melhor Amigo!
Não O vejo, pelo menos enquanto habitar esta terra
Mas sinto tanto o colo dEle, Seus afagos de Pai sobre minha cabeça
E o tanto de amor que sente por mim.
Talvez eu estivesse cheia de carregar fardos que minhas costas não mais suportavam
E hoje estou aqui, como criança a andar nas mãos do Pai.
Em volta de mim, anjos...todos os dias!
E uma luz que aquece meu coração, mesmo quanto parece que nada pode alegrar-me.
Vejo as diferenças da mulher que caminhava sobre seus próprios desejos
E da mulher que me tornei, quando rendi minha vontade a Ele.
Ele me põe na direção certa, orienta minha mente, dirige meus passos, cuida de mim
E sempre está comigo.
Não preciso mais procurar
Ele está aqui
Todos os dias, em todo o tempo, até mesmo enquanto durmo.
Ele é minha única e mais honesta verdade
Acabaram-se as incertezas...Ele caminha a meu lado!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Solta


Soltei as mãos
Braços abertos
Descobri que respiro
Melhor e profundamente!
Subi a correnteza
Das tuas águas que me forçavam rio a baixo
E, agora, posso ver que
O que pensava ser poço é mar!
Como é bom tirar as vendas
Ver com os próprios olhos.
Limpar meu coração da tua presença
E aliviar a bagagem
Que já me doía os ossos!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Inimigo na Noite


Calor insuportável
Duas horas da manhã e Vila Isabel em chamas – o verão...
Sem ar-condicionado, a espera por uma brisa noturna é inútil
Vou para o chão da sala
Abro a vidraça da varanda e ligo o ventilador.
A camisola ensopada inicia sinais de um leve frescor
Ah! Agora sim, acho que vou dormir...
Ajeito o travesseiro
Mexo e remexo meu corpo exausto
Encontro uma gostosa posição para tentar adormecer.
Minutos de um silêncio que só Vila Isabel tem
Silêncio com fundo musical
Em alguma esquina distante um chorinho
Um grupo de boêmios que rompe o calor da madrugada cantando.
Som doce, quase de embalar o sono.
De repente, algo diferente
Um som que me arrepia os pelos
O miado de minha gata não deixa dúvidas: acabou-se a possibilidade de dormir
Todo o meu ser enrijece
Lanço a mão no interruptor e acendo as luzes
Olhando em volta com terror intenso
O coração aos pulos falta sair pela boca
Nem mesmo os boêmios me consolam
Sem nada nas mãos para defender-me
Tento sair do lugar onde, temporariamente estou petrificada
Olho para a gata, que entre as patas, parece segurar alguma coisa
Num misto de pânico e horror, avanço sobre minha salvadora
Lanço-lhe o chinelo com toda força entre as patas
Pegando em cheio a desgraçada da barata
Que por um medo quase insano
E para não haver engano
Prendo debaixo do chinelo
E de uma pilha de pesados dicionários e listas telefônicas.