"O mundo gira, a vida muda, a fila anda..." Deise Batista

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domingo, 8 de agosto de 2010

Depois que vai embora...

Meu pai, com meu filho no colo.

Dia dos Pais é um massacre pra quem já perdeu o seu.

A gente se sente um tanto deslocado, em qualquer lugar que ande e o desejo de abraçar seu próprio pai, vai contigo, o dia todo.

Depois de quase 11 anos, a gente é meio cobrado pra não chorar a saudade, mas, num canto qualquer da casa, você o vê na lembrança e, mesmo sem querer, a lágrima rola.

Raimundão gente fina! Ele amava quando eu o chamava assim.

Homem firme, forte, dono das soluções imediatas, líder nato, de monstro a exemplo!

De tão firme, nos amedrontava quando crianças, mas, foi sem dúvida alguma, meu melhor e maior amigo na vida!

Não me pautei por seus erros que, não foram poucos, mas, firmei meu amor no abraço apertado da vida adulta, no avô dedicado, de amor derramado, sem limites.

Abracei o carinho de meu pai depois dos vinte anos e tive o melhor pai que alguém pode ter na vida!

Não esqueço sua voz, todos os dias ao telefone, mesmo em interurbano Rio-Curitiba: "Oi, filhona, tudo bem?"

Não falhava um só dia; a saudade era grande e, quando nos víamos, a festa era muito maior!

Estivemos longe, tempo demais, juntos, tempo de menos, mas o que é o tempo?

A qualidade de amor que meu pai soube derramar sobre mim, abonou todos os anos em que vivemos no gelo.

Nordestino, festeiro, homem de caráter firme, pai!

Quero tanto vê-lo no céu...

Sinto sua falta todos os dias e quando preciso de um ombro, mais ainda.

Em síntese, sou filha de Raimundo, herdeira de seu amor pela arte, pelo som, pela poesia.

Filha de nordestino cabra macho, que me deixou a maior herança que um pai pode dar a um filho: caráter!

Tenho tanto dele dentro de mim e sou capaz de vê-lo em alguns atos de meu filho; inclusive, nos olhos verdes.

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